Por que cursos, seminários, workshops, treinamentos, etc. na e/ou para empresas
A maioria esmagadora dos problemas que levam as empresas a terem dificuldades econômicas, como “operar no vermelho”, falência, concordata, dificuldades de se adequar à realidade atual, etc., não são problemas oriundos de situações externas, mas sim de origem interna. Os problemas são “criados” dentro da própria empresa, às vezes por falta de uma visão adequada daquilo que é necessário mudar, antes que se instale a dificuldade. Outras vezes a situação difícil já se instalou, porém seus efeitos ainda não se manifestaram a ponto de se tomar providências adequadas a respeito. Neste caso são ainda mais devastadores os efeitos de tais dificuldades, uma vez que as providências, com certeza, serão tomadas tardiamente.
Equivale dizer que os problemas estão vinculados a nível de pessoal e não do material, seja a empresa fornecedora, fabricante ou prestadora de algum tipo de serviço. Ou seja, quase que o total das dificuldades estão no pessoal: falta o desenvolvimento da “competência emocional”.
As “alegações” que normalmente ouvimos são de que a política do governo não está adequada…, a inflação…, a Bolsa de Tóquio…, etc. É claro que essas justificativas tem fundamentos, até certo ponto.
Por que as empresas que possuem uma política de treinamento intensivo e permanente para os seus executivos, são as menos suscetíveis às interferências devido às mudanças e acontecimentos externos? A resposta é simples: com o treinamento a empresa evolui emocionalmente e se prepara para enfrentar e prever as dificuldades. Logo, treinamento é fundamental para a saúde da empresa.
Quando digo que treinamento é fundamental, não quero ater-me ao treinamento técnico que estamos acostumados a praticar, como por exemplo: ao adquirir uma máquina moderna é necessário que o seu operador seja treinado. Claro que isso é fundamental, porém não é só deste treinamento que estou falando.
O que é treinamento? Treinamento é o meio utilizado para levar o indivíduo a adquirir habilidade para fazer o que faz, no menor tempo, com o menor esforço, com o menor custo e com a maior eficiência.
Habilidade, por conseguinte, é a capacidade de uma pessoa altamente treinada conseguir, com êxito, um determinado objetivo. Toda habilidade se adquire com treinamento que por sua vez promove mudanças.
Mudança é a capacidade que o indivíduo tem para fazer uma troca de paradigma, e, o que determina a facilidade ou dificuldade dele conseguir isto, vai depender de sua Plasticidade (flexibilidade). Plasticidade é a capacidade do indivíduo em poder trocar de paradigma, ou seja: quando o indivíduo se atreve a questionar os dados do universo onde vive, ele sofre uma perda de segurança momentânea, o que normalmente acarreta um retrocesso em levar o treinamento em frente, ou até mesmo atrever-se a contratar programa de treinamento para a sua empresa. Isto ocorre em virtude do indivíduo não ter nenhuma prova concreta de que um treinamento irá trazer benefícios para a empresa. Estamos muito acostumados a gerenciar materiais, projetos, etc, mas não gerenciar competência emocional, que é o verdadeiro patrimônio de uma empresa. Quando falamos em emoção em uma organização é muito comum ouvirmos comentários do tipo “como vou fazer para tomar uma decisão se não for racionalmente”, ou então “não devemos misturar emoção com razão, principalmente no trabalho”, etc. Ou seja, as pessoas não se sentem seguras quando se trata de falar e expressar as suas emoções, ainda mais se for no trabalho.
São vários os paradigma que reinam em nossa cultura no que diz respeito às emoções, dentre alguns deles: “homem não chora”, “homem que é homem tem que ser forte”. Existem algumas emoções que são “proibidas” de acordo com o sexo: nossa cultura fomenta que é “proibido” para o homem expressar tristeza, equanto para a mulher é “proibido” expressar raiva. Mulher expressando raiva é visto em muitos lugares como sendo “histeria”, como quem diz ” isso é coisa de mulher histérica”. Enquanto para o homem expressar tristeza é tido em muitos casos como coisa de gente “fraca”, como quem diz isso é coisa de “mulherzinha”.
Tudo isso ocorre porque quando o homem ou a mulher ousam expressar a sua tristeza ou a sua raiva os fazem de uma maneira inadequada. Ou seja, provavelmente está faltando desenvolver a sua competência emocional. Esses exemplos são apenas alguns mínimos do nosso dia a dia.
A nossa segurança em expressar adequadamente nossa emoções, inclusive tomar decisões acertadas e adequadas está ligada ao conceito de Território, o qual se equivale à rigidez do conceito de Espaço.
A habilidade maior é ter a capacidade de fazer o que há de melhor, através das fontes de prazer, para melhorar o SER do indivíduo.
Toda habilidade é desenvolvida através de treinamento. O indivíduo para seguir um treinamento terá que assimilar a capacidade de frustração. Ou seja, para que o indivíduo aprenda como fazer, é necessário que permita-se fazer errado primeiro, para depois chegar ao ponto de fazer corretamente. Fazer isso só é fácil para quem possui uma competência emocional desenvolvida adequadamente.
O sentido básico do Ser Humano para a Ecologia Humana (EH) é que a pessoa seja cada vez mais o que já é, i. é., o sentido da vida é ser o que se é através de quaisquer circunstâncias que se esteja vivendo. Se o indivíduo possui competência emocional bem desenvolvida ele irá “navegar” suavemente pelas turbulencias da vida sem se deixar sucumbir colocando a sua autoestima em jogo com o que está à sua volta.
A EH por ter uma abordagem educacional e não médica, como originalmente a Psicologia foi concebida, é a meu ver, atualmente, uma das mais adequadas e eficientes ferramentas existentes, para aplicação no contexto organizacional.
A seguir um esquema criado pelo Dr. Tapia para explicar os conceitos de SITUAÇÃO e de CONDIÇÃO, que são, fundamentais para a compreensão do treinamento em organizações:
Situação – É o mesmo que Posição, é o lugar onde o indivíduo encontra-se estabelecido. É uma posição real onde a pessoa se encontra, que pode ser um cargo, um posto, uma função, etc.
Condição – Trata-se daquilo que está relacionado ao interior do indivíduo (competência emocional). A Condição é o lugar interno, a partir do qual a pessoa funciona e atua no meio externo. É a maneira de estar em um lugar, que pode ser em um cargo, em um posto, em uma função, etc.
A maneira como o indivíduo está em um lugar é a sua Condição e o lugar onde ele está é a sua Situação (ou Posição). A Situação mais baixa é a de “Inexistência” e a mais alta é a de “Posto mais Alto”. (ver figura acima). A Condição mais baixa é a de “Apatia” e a mais alta é a de “Posto mais Alto” (ver figura acima).
Uma Condição baixa leva, inexoravelmente, uma Situação alta a cair ao mesmo nível desta Condição (ou seja “puxa” a Situação para baixo), e uma Condição alta leva, inevitavelmente, uma Situação baixa para o mesmo nível desta Condição (ou seja “puxa” a Situação para cima).
Quando compreendemos isto, podemos entender como uma pessoa que repentinamente tem uma oportunidade, se arruina, perde tudo e volta a uma situação pior do que antes, quando menos se espera. Falta-lhe desenvolver a sua competência emocional.
Por exemplo, aquele indivíduo que tem uma vida mais ou menos boa até que um dia ganha uma grande quantia de dinheiro na loteria e aí é um desastre completo. Ou seja, mudou a Situação – de uma Situação de pobre passou a uma Situação de rico – , porém a sua Condição permaneceu a mesma, não mudou. O desastre será ainda maior, pois agora ela está em uma Condição muito baixa e numa Situação muito alta. Isto significa que uma Condição baixa poderá arruinar qualquer Situação e uma Condição alta melhorar qualquer Situação.
O primeiro passo consiste em detectar em que patamar ou em que nível está a pessoa ou em que nível está operando a empresa (ou o departamento, gerência, etc.) para então poder direcionar os trabalhos de treinamento para elevar a Condição a partir do patamar em que se encontra (nível de competência emocional). Cada nível exige a aplicação de uma fórmula muito específica, que se aplicada adequadamente, irá levar a um nível imediatamente superior; e que se mal aplicada, irá levar a um nível imediatamente inferior.
A maioria das vezes é por esse motivo que muitos treinamentos em empresas são um completo desastre, tanto para a empresa como para quem o ministra. Muitas pessoas sofrem, lutam, brigam, protestam, etc., pela Situação em que se encontram, mas não se dão conta de que a sua Condição (sua competência emocional) é o que está levando a permanecer nesta Situação.
Somente para fins ilustrativos, veja os exemplos: Têm pessoas que se casam somente porque são noivos há muito tempo; outros se separam porque não “agüentavam” mais as brigas, quando casam-se novamente, recomeçam tudo de novo. Só mudou a Situação, a Condição (sua competência emocional) continuou a mesma! Outros se casam e acreditam ter que ficar casados pelo resto da vida. Passam-se alguns meses e descobrem que estão sendo sufocados pelo casamento. Mas não importa como vão ficar casados, mas terão que permanecerem casados. Ou seja, com uma crença ou um paradigma, o nosso “mapa” interno, poderá arruinar toda uma vida. E o pior é que na maioria das vezes a pessoa não se dá conta do que está acontecendo, ou seja, a Situação é o que está aparecendo na realidade, porém é a Condição que determina a vida do indivíduo.
Em suma, só se muda verdadeiramente se lograr mudar a Condição (desenvolvendo a sua competência emocional). Isto é válido para uma situação econômica, uma situação de casamento, uma situação de estudante, um negócio, etc.
Duas ferramentas poderosas para se iniciar um trabalho de mudança na empresa, são através da participação de seus executivos (ou funcionários de níveis de Chefia) nos eventos: