Processo de "Individuação"

Jung dizia que no confronto entre inconsciente e consciente, seja em termos de conflito ou em termos de colaboração, os diversos componentes da personalidade unem-se e amadurecem para formar um indivíduo específico e inteiro. Este confronto, nas palavras de Jung, “é o velho jogo do martelo e da bigorna: entre os dois, o homem, como o ferro, é forjado num todo indestrutível, num indivíduo. Isto, em termos toscos, é o que eu entendo por processo de individuação”.

O processo de individuação não é algo que se processa linearmente, trata-se de um movimento de circunvolução que leva o indivíduo em direção a um novo centro psíquico, ao qual Jung chamou de centro self ou Si Mesmo. A personalidade do indivíduo completar-se-á quando o consciente e o inconsciente ordenarem-se em torno do self, formando aí o centro total da personalidade, tal qual o ego constitui o campo central do consciente. Em essência, o conceito de individuação de Jung é a tendência instintiva a realização plena de potencialidades inatas.

Não podemos perder de vista duas confusões que são muito freqüentes a respeito do processo de individuação de Jung. Uma delas é que não se deve pensar que individuação é sinônimo de perfeição, pois o indivíduo que busca individuar-se não tem a mínima pretensão de tornar-se perfeito. Ele visa apenas completar-se, o que para tal implica em aceitar os encargos de viver conscientemente com todas as suas tendências opostas, irreconciliáveis, concernentes à natureza do ser humano, sejam elas contendo conotações de bem ou de mal, sejam escuras ou sejam claras. Não devemos confundir individuação com individualismo.

Jung dizia: “Vindo a ser o indivíduo que é de fato, o homem não se torna egoísta no sentido ordinário da palavra, mas meramente está realizando as particularidades de sua natureza, e isso é enormemente diferente de egoísmo ou individualismo”. O processo de individuação leva em consideração os componentes coletivos da psiquê humana, ou seja: os aspectos do inconsciente coletivo, o que podemos imaginar que resultará em melhor funcionamento do indivíduo no contexto da coletividade.

O Processo de Individuação em Ecologia Humana, conforme descrito pelo Dr. Juan J. Tapia:

Em Análise Transacional (AT), as mensagens parentais, chamadas Mandatos, são as responsáveis pela formação do Argumento ou Script de Vida de cada indivíduo. A AT nos fornece um modelo que permite descobrir como esses Mandatos são incorporados através das condutas dos pais (ou substitutos), bem como permite ao analista treinado captar o seu sinal (sinal do Script ou sinal argumental).

As condutas verbais ou não verbais carregam em seu bojo as condutas gravadas dentro de cada pessoa. Isso significa que cada Mandato gravado corresponde a uma ação em potencial pronta a ser disparada, direcionando o estilo de vida de cada pessoa. Em Ecologia Humana (EH), sabemos que o principal objetivo da Mente é a Supervivência (SPV) do SER. SPV significa viver o máximo de tempo ao máximo de seu potencial. Logo, isso implica que o indivíduo interaja com o meio onde vive; implica que o indivíduo satisfaça suas fomes básicas, etc. Sobreviver (SBV) significa viver o máximo de tempo com o mínimo indispensável.

Os Mandatos agem no sentido de expansão do SER e de tudo aquilo com o qual o SER se identifica. Ou seja, o principal objetivo da Mente e de qualquer coisa com a qual o SER se identifique é a SPV do SER. Qual o significado prático disso? O significado prático é que quando o SER se identifica com a Mente, (momento em que se forma o ego), o principal objetivo da Mente torna-se a sua própria SPV.

O que é SPV da própria Mente? A SPV da Mente é tudo aquilo que a Mente aprendeu, ou seja, são as suas crenças, os seus paradigmas, suas ilusões, suas declarações, etc. Quando um indivíduo questiona, por exemplo, várias vezes as suas crenças e acredita que as entendeu, certamente esse indivíduo não mudou em nada os seus padrões emocionais, corporais, intelectuais, etc. O que acontece, muitas vezes, é que o indivíduo rompe algumas couraças emocionais de suas crenças, porém não rompe as couraças corporais e vice-versa. O trabalho tem que ser feito de modo a possibilitar que o indivíduo logre descarregar as condutas não produtivas, as crenças não produtivas e as gravações corporais (os Engramas). Esse processo de descarga, que é feito através do Processo de “Individuação”, terá que ser feito de maneira natural, de modo que o indivíduo se coloque em situação de crescimento como ser humano.

O que ocorre na realidade é que a nossa Mente é constituída, a grosso modo, de sucessivos momentos de agora. Ou seja, é um banco de dados com memória para ser utilizada quando for necessário. No sentido simbólico, como diz o Dr. Tapia, é como se tivéssemos uma fileira infinita de fitas de vídeo, uma ao lado da outra. Esta série de fitas de vídeo seria como um arranjo linear de sucessivos momentos de agora. Cada agora é a totalidade dos estímulos que participaram deste agora, ou seja, o que o indivíduo ouviu, falou, sentiu, cheirou, pensou, etc.

Coloquialmente, a Mente é um banco de dados cuja memória é a informação guardada nas fitas de vídeo, que poderão ser utilizadas quando necessário. O indivíduo guarda estas informações nas fitas de vídeo, quer seja ele uma criança pequena ou uma pessoa adulta, quer ele esteja dormindo ou acordado. Essa é a Mente Causa, como diz o Dr. Tapia. A única exceção é quando o indivíduo, por algum motivo, sofre um processo de inconsciência, ou em estados alterados de consciência, como por exemplo: estado de coma, quadro alcoólico grave, anestesia geral, etc.

Cada vez que ocorre uma inconsciência, as informações são gravadas em um outro lugar, ou seja, é criado uma outra série de fitas de vídeo, que o Dr. Tapia chama de Mente Efeito. Porque essas informações não são guardadas na Mente Causa e sim na Mente Efeito? O Dr. Tapia (in: Treinamento em Rotas de Comunicação para o Processo de “Individuação” – Nível 1 – Apostila preparada por minha amiga e colega Sola Raposo – fevereiro de 1998, p. 26) afirma que “é como se quando acontecesse uma circunstância catastrófica, de grande ameaça, de grande comoção ou dor, para evitar que destrua ou ponha em perigo todo o sistema normal, se produz um fechamento da Mente Causa e se abre a informação para a Mente Efeito. Funciona como uma espécie de fusível, i. é., se ele se queima não elimina o sistema todo”.

Os fatos e as experiências que envolvem “situação de alto risco” são gravados na Mente Efeito, afirma o Dr. Tapia, com a finalidade de manter essa Mente Efeito carregada a fim de que, por exemplo, se alguma circunstância equivalente acontecer, permitirá o indivíduo reagir de maneira compulsiva para se proteger e sobreviver a esta circunstância.

As experiências traumáticas que o indivíduo sofreu no passado, o Complexo Primário, são a memória do fato gravado na Mente Efeito. O Complexo Primário, costuma também ser chamado de Engrama Primário, embora Engrama é a memória do fato gravado na pele, por conseguinte, trata-se da memória celular. Se o indivíduo, anos mais tarde, passar por experiências que estejam ligadas à experiência básica (Complexo Primário), a isto dá-se o nome de Complexo Secundário, como diz o criador da Ecologia Humana. Se por exemplo, o indivíduo continua carregando os sentimentos e emoções inadequadas à situação do presente, significa que ele está disparando Gatilhos.

O Dr. Tapia cita o exemplo de uma mulher que havia sofrido muito em seu nascimento devido a um parto difícil. Quando adulta, todas as vezes em que ela ia a um hospital e mantinha contato com o cheiro característico de hospital, as cores das paredes, etc., sentia fortes dores de cabeça e reação de mal-estar. Isto acontece porque os elementos que estavam gravados em sua estrutura primária eram capazes de reativar todo o seu sistema da Mente Efeito. Ou seja, é como se um gatilho fosse disparado ao simples contato com algum dado, que a Mente Efeito interpreta como sendo perigoso.

O Dr. Tapia afirma que quando se produz uma série de elementos como os Complexos Primários, Secundários, Engramas e Gatilhos, a totalidade disto forma uma cadeia. Esta cadeia, continua o autor, possui todo um drama privado, um tema básico, e inclusive elabora um argumento final. Segundo o autor, quando Eric Berne, (o criador da Análise Transacional), descobriu o conceito de Script, ele o fez seguindo este processo, pois uma estrutura primária é gerada não em qualquer momento, mas quando os pais (ou substitutos) dizem algo à criança, em determinada circunstância, que poderá fazer com que ela entre em uma situação de ameaça de dor, de rejeição, de abandono, de destruição, etc. Isto é gravado como Mandato em sua estrutura. Se for a nível corporal, é gravado como Engrama; se for a nível da Mente, como Complexo Primário.

O Dr. Tapia diz que um indivíduo poderá ter uma cadeia de gravação com um tema básico de medo, por exemplo. Esse mesmo indivíduo poderá ter outra cadeia contendo o abandono como outro tema básico, e outras com temas básicos de dor, sofrimento, doença, etc., que aparentemente funcionam independentes. Às vezes uma situação de medo reativa um Engrama que provoca uma parada cardíaca. Devemos lembrar que quando o indivíduo grava uma experiência na Mente Efeito, ela é gravada com tudo aquilo que foi sentido na ocasião, ou seja, grava-se a experiência de dor, de ameaça, influência negativa, etc.

Segundo o Dr. Tapia, a Mente Efeito não tem nenhuma utilidade a não ser fabricar patologias. Entretanto, em algum momento da vida ela serviu para proteger o indivíduo e ajudá-lo a sobreviver. A Mente Efeito é na realidade uma “fábrica” de cadeias de ameaça. Toda a energia disponível na Mente Efeito é oriunda da Mente Causa. Ou seja, quanto mais energia depositada nos Engramas, Complexos Primários, Secundários e Gatilhos mais energia é retirada da Mente Causa.

Isto significa que se conseguirmos descarregar os Engramas, os Complexos e os Gatilhos aliviaremos as dores e as ameaças ligadas a elas, e além disso, o que é mais importante, conseguiremos recuperar a energia da Mente Causa e passaremos a transformar esta informação reativa em outra informação. Quando o indivíduo descarrega um Engrama, a informação não é perdida por ele. A energia é descarregada e fica apenas a informação do que aconteceu sem a carga para reagir. Ou seja, deixa de ser uma conduta reativa latente para ser apenas memória (banco de dados).

O Dr. Tapia costuma contar uma história para clarificar e explicar o modelo e anatomia da Mente, que transcrevo a seguir (in: Treinamento em Rotas de Comunicação para o Processo de “Individuação” – Nível 1 – Apostila preparada por minha amiga e colega Sola Raposo – fevereiro de 1998 – p.30-1): “Todos nós conhecemos a história do computador HAL (filme “2001 – Uma Odisséia no Espaço”). Ele é um computador hiper-avançado que pensa analogicamente e logicamente, de maneira linear e estrutural. Ele tinha armazenadas todas as informações sobre a nave e sobre as suas operações e, essencialmente, guardava o segredo do que teria que ser feito para obter o êxito proposto. O problema começa a surgir quando todos os tripulantes vão dormir, exceto dois. Numa determinada situação, HAL avisa aos tripulantes que irá falhar um dispositivo que existe num lugar da nave. Os tripulantes fazem revisão e dizem que não irá falhar, embora HAL continue dizendo que irá falhar. No final, o dispositivo não falha e isto prova que HAL errou. A partir deste momento, foi instalada uma situação de dúvida com respeito à total confiança que depositavam em HAL para prosseguir com a missão. HAL havia feito uma declaração de suma importância (“o dispositivo irá falhar”) e errou. Quando uma pessoa tem muita importância para outra, faz uma declaração e falha, ela perde todo poder e autoridade.

Qual é o problema? O problema é que HAL foi construído e programado para ser totalmente responsável pela missão. Sob a sua responsabilidade, estavam todas as funções da nave, toda efetividade do processo dos tripulantes, a saúde dos tripulantes e a missão como um todo. Os dois tripulantes detectam que HAL tem um vírus e fazem uso de uma outra pequena nave (dentro do compartimento, escondidos para que HAL não veja) para tentar resolver o que devem fazer com HAL. HAL descobre, entretanto, que eles estão pensando em desligá-lo e entra em paranóia completa, pois ele sabe que é fundamental ao funcionamento da nave. Tendo em vista o que está acontecendo, HAL tenta matar todos os tripulantes. Primeiro, mata todos que estão dormindo, depois faz com que os outros saiam da nave e fica apenas um que acredita poder sobreviver. Quando um que havia saído da nave consegue voltar, ele vai à memória de HAL e começa a descarregar a sua memória e arquivos principais. A partir do momento que retirou os arquivos principais, a mente de HAL começa a regredir e termina matando a todos.

Então, perguntamos: aonde está o processo da Mente? A mente é como HAL. Ela está programada para cuidar totalmente de mim. Ela tem a ver com a minha evolução, minha supervivência, meu crescimento, meu desenvolvimento e tem a missão de levar tudo isso adiante. Meu computador HAL é a minha memória. Quando, de alguma maneira, o meu computador está carregado com informações e dados, estas informações, em um determinado momento, começam a criar condição. HAL está na Mente, que é responsável pela SPV do Ser e de qualquer coisa com a qual o Ser se identifica. Mas quando, de alguma maneira, HAL identifica-se com si mesmo, passa a defender suas crenças, suas idéias, seus projetos às custas da SPV do Ser. O sentido básico é que a Mente Causa seja HAL em bom funcionamento.

Uma pessoa é sempre curável. A única causa de não curar uma pessoa é não saber como curá-la. O “computador humano” tem todas as variáveis da SPV da pessoa. Quando descarregamos a informação de um Engrama, esta informação passa à memória. Qualquer experiência que seja igual àquela que já aconteceu reativa tudo que foi passado naquela ocasião”.

Em termos da abordagem clínica, quando o cliente que está mal, com suas dificuldades, de alguma maneira sofre com o que já aconteceu, ou seja: ele está encravado no passado e projetado no futuro. Por isso ele vive com ansiedade e com angústia, ele não está vivendo no presente, ele está redramatizando, ou seja, ele usa as circunstância reais para redramatizar um fato do passado que ainda não foi resolvido. Isto está intimamente ligado com o processo do pensamento do indivíduo. A maneira como penso determina como me penso e o que me penso determina o que sou. Isto nos remete direto ao sistema de crenças da pessoa.

Na sociedade em que vivemos, somos educados para sermos aprovados ou desaprovados. Veja como vive uma criança: quando se comporta como papai e mamãe mandou ela é aprovada. Se não, é reprovada, castigada, etc. Na escola, se tirar boas notas e se comportar direitinho é aprovada, se não se comportar e não tirar boas notas é reprovada. Este modelo continua pela vida afora.

Nosso sistema de crenças atual foi formado a partir da maneira de pensar o mundo em conformidade com a física newtoniana.
A teoria de Isaac Newton influenciou o mundo de tal maneira que tudo aquilo que não fosse lógico, linear, etc., não poderia ser considerado científico. Portanto o mundo newtoniano privilegia a razão, a lógica, a explicação, a temporalidade. A realidade é vista como linear, única, imutável, etc. Perdemos muito tempo dando explicações sobre coisas inexplicáveis. Por isso, ainda hoje, ficamos dando explicações sobre o que fazemos, o que queremos, o que pensamos, o que sentimos, etc.

Albert Einstein mudou essa maneira de ver o mundo com a sua teoria da relatividade, onde tudo é relativo e nada é único, nada é imutável, tudo é mutável.

Hoje com a teoria da física quântica, tendo como um dos precursores, David Bohm, associada ao estudo da fisiologia do cérebro por Karl H. Pribram, abrimos novos horizontes para a visão do mundo, além daquela mecanicista de Newton, para pensar e compreender em que consiste a realidade.

Esta nova teoria propõe que tudo o que existe é expressão de uma rede energética holográfica em movimento ondulatório fora das categorias de espaço e tempo. Esta rede energética ondulatória se expressa na chamada ordem explicada (tudo aquilo que nos aparece) e uma ordem implicada (tudo aquilo que constitui em energia fundante). A mente é um arranjo linear de sucessivos momentos de agora. Cada agora contém a totalidade, como disse acima, e isto está de acordo com a teoria Holônica.A explicação que damos sobre o que pensamos, sentimos, fazemos, etc. é algo que está quase ligado ao ser aprovado ou não aprovado da nossa cultura.

A compulsão à repetição é um intento da Mente em reparar o que está errado (que Freud não se deu conta), ou seja, é uma tentativa de fechar uma Gestalt que ficou incompleta (ou fixada). Crescemos fazendo coisas para sermos aprovados ou não. O aprovar e o não aprovar pertence ao mundo dos valores (mundo do bom e do mau, do mundo axiológico). A explicação é algo que está quase ligado ao ser aprovado ou não.

Por exemplo, se uma pessoa me rejeita, sinto-me mal e fico me sentindo desqualificado. Quando alguém aceita a minha explicação, eu sinto que me aceita. São dois universos completamente distintos: uma pessoa tem todo o direito de me aceitar ou não e isto não tem nada a ver com o fato de ser aprovado ou reprovado, porque aprovação e reprovação, como disse acima, pertence ao mundo dos valores. O gostar ou não gostar tem a ver com mundo das circunstâncias.

Deste modo, a abordagem do Processo de “Individuação” é sempre direcionada para que o indivíduo deixe de viver sua vida no mundo dos valores (crenças e paradigmas inadequados) e passe a viver no mundo das circunstâncias. Ou seja, sair de um mundo inexistente (mundo das idéias) e passar a viver no mundo das circunstâncias (mundo do aqui e agora).

Sem entrarmos em maiores detalhes, para não alongar ainda mais a discussão, podemos dizer que a Mente é um padrão holográfico. A holografia trata-se do estudo dos fenômenos holográficos. A grosso modo, um holograma é uma imagem virtual, cuja fonte dessa imagem é o objeto do Padrão Holográfico e guarda uma informação que, quando ativada, projeta a experiência de algo que não existe.

A teoria holográfica foi desenvolvida por volta de 1934 por um auxiliar do matemático Denis Gavor, mas só após a descoberta do raio laser, sua aplicação prática foi possível. Chegou-se a conclusão de que em uma placa de padrão holográfico, cada ponto do todo guarda a informação de toda a placa. Pribram chegou a conclusão de que provavelmente o cérebro se comporta como uma placa holográfica.

Assim sendo, parece que a pele possui conexão com o sistema nervoso e isso leva a crer que a pele possui informações de todo o sistema nervoso. Isso leva a crer, também, que se uma parte da pele for estimulada, irá repercutir em todo o sistema, seguindo o comportamento do padrão holográfico, onde qualquer parte do universo guarda informações de todo o universo. Isso leva a suspeitar que, possivelmente, podemos afirmar que existe uma Mente, um Cérebro e um Corpo, e que esta Mente tem o poder de guardar informações de todo o sistema nervoso, criar funções, criar massa, etc. Ou seja, o poder das crenças está na Mente e não no Cérebro, como afirma o Dr. Tapia.

O Dr. Tapia, utilizando dessas informações, afirma que tanto a Mente Causa como a Mente Efeito possuem uma estrutura holográfica. Afirma que a diferença básica é que os dados que estão na Mente Causa são recuperados à medida que o indivíduo necessita deles como fonte de conhecimento emocional, intelectual, etc. Acrescenta que a recuperação desses dados pelo indivíduo não são necessariamente através do processo temporal.

Já a Mente Efeito é uma fonte de reações em potencial, acrescenta o autor, e prossegue dizendo : quando o indivíduo reativa a Mente Causa, ele recupera dados de sua memória; quando reativa a Mente Efeito, cria reações. Portanto, reativar a Mente Efeito implica em reagir de maneira global, tanto física como mentalmente. Ainda segundo o autor, quando a Mente Causa é reativada, o indivíduo tem controle sobre os dados recuperados, ao passo que a Mente Efeito quando estimulada, simplesmente irá reativar reações. Ou seja, a Mente Causa fornece domínio sobre a informação, ao passo que a Mente Efeito tem domínio sobre o indivíduo, sobre suas reações com as informações reativadas. Acrescenta ainda, que a quantidade de energia guardada na Mente Efeito é muito maior que a guardada na Mente Causa, e à medida que a Mente Efeito se auto-expande, ela tem uma reação equivalente à reação que ela cria.

É muito importante aqui, perceber que o indivíduo, quando retorna em sua linha temporal de vida na Mente Causa, é somente para recuperar um dado ou uma informação, ao passo que quando isso ocorre na Mente Efeito, o indivíduo regride ou redramatiza ou, ainda, repete uma atitude ou sentimento anterior. Regredir significa que o indivíduo volta por completo à experiência do passado, redramatizando-a. Redramatizar é quando alguma coisa acontece e o indivíduo fica vivendo ou atuando em uma situação que ocorre no lá então. Em outras palavras, o indivíduo revive na situação presente um fato do passado. A repetição é quando o indivíduo tem a compulsão a repetir um circuito autônomo, como afirma o Dr. Tapia.

Tudo isto implica que todas às vezes que o indivíduo redramatiza, regride e repete, a sua Mente Efeito se expande, chegando a uma situação tal que toma o controle completo do indivíduo, adquirindo cada vez mais poder e domínio sobre a Mente Causa.
O Processo de “Individuação” é um processo através do qual o indivíduo é direcionado, por meio de diversas Rotas com a finalidade de facilitar a descarga da energia contida na Mente Efeito, como afirma o Dr. Tapia, (in: Treinamento em Rotas de Comunicação para o Processo de “Individuação” – Nível 1 – Apostila preparada por minha amiga e colega Sola Raposo – fevereiro de 1998 – p.36): “quando se retira energia, se perde a capacidade de reagir massivamente porque a Mente Efeito é como uma máquina estúpida que você aperta um botão e ela reage imediatamente, não avalia a realidade mas sim a sua carga de reação. Quando você faz a descarga de energia, que gera uma reação, então a informação que não pertence mais à conduta reativa massiva passa à memória da pessoa, i, e., lembra do que passou mas já não tem a conduta de reatividade”.

Continua o autor, “A Mente está para o Cérebro assim como o Cérebro está para o Corpo. Isto significa que: quando se reativa um problema, automaticamente a Mente reativa o Cérebro que reativa o Corpo. Quando se reativa uma parte do Corpo, isto também passa pela Mente. Podemos dizer que a Mente existe com independência do Corpo e do Cérebro. Cada vez mais chegamos à conclusão de que a pessoa pode ter conhecimento através de processos que não passam pelos sentidos tradicionais”.

Como Faço “Individuação”

Utilizo o Processo de “Individuação” com três grupos de clientes:

1) Clientes que já participam de alguma atividade psicoterápica regular comigo. Nesse caso, vez por outra, marcamos uma “Individuação” dependendo da necessidade e do interesse do cliente.

2) Clientes que residem na Cidade do Rio de Janeiro e só fazem o Processo de “Individuação”. Nesse caso são pessoas que comparecem ao consultório apenas uma vez por mês para fazer a sua “Individuação”.

3) Pessoas que residem em outras localidades do país, e alguns, em outros países. Nesse caso, faço uma primeira entrevista, normalmente pelo telefone. Depois envio um questionário que é respondido e, em seguida, devolvido para que se possa fazer o planejamento do Processo de “Individuação” para aquele cliente, uma vez que implica em deslocamentos e pernoites, por parte dele, para vir até o Rio de Janeiro. Alguns desses clientes são executivos, que viajam constantemente a serviço e aproveitam a oportunidade para fazer a “Individuação”, fazendo uma escala no Rio de Janeiro.

Nota Importante:

A duração de uma “Individuação” não é limitada pelo tempo, mas sim, pela necessidade inerente a cada pessoa. Com relação a isso, adoto o seguinte procedimento: o tempo mínimo de duração de uma sessão de “Individuação” é de 3 (três) horas, devendo o cliente ter disponibilidade para prosseguir até onde for necessário e conveniente, tendo como finalidade completar a descarga do(s) ciclo(s) aberto(s) naquela sessão de “Individuação”. Normalmente não costumo ultrapassar 6 (seis) horas seguidas de “Individuação” com o mesmo cliente. Entretanto, há casos em que são necessárias mais horas seguidas de “Individuação” para que se possa fechar todos os ciclos abertos naquela sessão.

Entre em contato para maiores informações: silveira@josesilveira.com